Fernanda Toffuli
Um bom livro para entender as Cidades do Vale do Paraíba
Cidades Mortas. Esse título colocado no livro de Monteiro Lobato serve para retratar de uma forma sarcástica a vida e os modos do povo de Itaoca - cidade criada para representar o Vale do Paraíba e Histórico no começo do século XX.
Em síntese, o autor aparece neste livro bem diferente como nos outros livros infantis, sendo arrojado, polêmico e com um humor à francesa, sendo muito sutil, ironizando muitas vezes as cidades que se afundaram ou não evoluíram com o tempo, além de questionar a monocultura do café na região paulista. Monteiro Lobato mantém a sua crítica permanente, assim como faz em todos os outros livros voltados para o público adulto.
A obra é composta por trinta contos - Cidades Mortas, A vida em Oblivion, Os Perturbadores do Silêncio, Vidinha Ociosa, Cavalinhos, Noite de São João, O Pito do Reverendo, Pedro Pichorra, Cabelos Compridos, O Resto de Onça, Por Que Lopes se casou, Júri na Roça, Gens Ennyyeux, o Fígado Indiscreto, O Plágio, O Romance do Chopin, O Luzeiro Agrícola, A Cruz de Ouro, De Como Quebrei a Cabeça à Mulher do Melo, O Espião Alemão, Café Café, Toque Outra, Um Homem de Consciência, Anta que Berra, O Avô de Crispim, Era no Paraíso, Um Homem Honesto, O Rapto, A Nuvem de Gafanhotos, Tragédia de um Capão de Pintos – todos revelando o lado mesquinho ou atrasado do povo que, segundo Lobato, existiam no interior do estado de São Paulo
O livro possui uma linguagem incomum para os dias atuais, sendo necessário muitas vezes o uso do dicionário, já que as palavras são de uso cotidiano. Cidades Mortas é destinado ao público que gosta de uma linguagem peculiar ou que quer saber um pouco mais sobre Monteiro Lobato e suas obras, principalmente as que ironizam o senso comum de um povo interiorano.
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